Tenho quatro turmas. Claro que depois ainda dou horas infinitas de apoio, mais horas de substituição e estou no Gabinete para onde os meninos vão quando se portam mal nas aulas (uma das melhores invenções da minha escola: quando vão para a rua com falta, em vez de irem à sua vida, ainda vão chatear os professores deste mesmo gabinete...enfim). Mesmo assim tenho um horário bastante bom (também é da idade e do escalão em que estou...isto de ser "velhinho" ás vezes compensa ehehehe), com um dia livre e uma tarde livre.
Tenho uma turma do oitavo, uma do nono, uma do décimo, e outra do décimo primeiro. Confesso que gosto mais do secundário, mas a minha disciplina é uma disciplina que sendo especifica no secundário só uma ou duas turmas é que tem. Por isso, um professor tem mesmo que dar aulas ao básico caso contrário ficaria confinado apenas a duas ou três turmas.
A minha turma do oitavo ano é a pior coisa que tenho e é, sem dúvida, das piores turmas que já tive. Tenho com eles 1 aula de 90 minutos por semana, mas saio daquela aula e parece que me passou um camião TIR por cima. Já estão maisou menos domesticados, mas mesmo assim é uma guerra autêntica. Obviamente que eu também não facilito: estou com eles há um ano, desde o sétimo, e no principio não mostrava sequer um sorriso, ameaçava-os com faltas mesmo à mais pequena conversa, e o meu tom e a minha maneira de falar um pouco ríspida e insensível, fez com que eles tivessem um bocado de medo de mim. Mas mesmo assim...ora, dei-lhes teste há quase uma semana e na terça entreguei-os. Aquela turma tem, sobretudo devido ao comportamento, um mau aproveitamento. Além disso, é perfeitamente visível que eles não estudam. Pura e simplesmente não estudam. Vejo isso nos testes. Só quando tem uma nota superior a 60% é que eu percebo que estudaram alguma coisa. Inferior a isso, quer dizer que apesar de terem apanhado alguma coisa na aula, não estudaram em casa; ou seja, os testes são produto da boa ou má memória que vão tendo.
O que eu gostei mais foi um aluno, o H. que se virou para mim e disse:
- Eiii stor subi imenso! - Diz ele todo satisfeito
Pois...subiu de 29% para 35%!
Cada vez me conveço mais que o problema deve ser meu...!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Alunos especiais
Durante toda a minha vida de professor nunca tive o hábito de me apegar muito aos alunos. Quer dizer, não sou o típico professor mauzão muito pelo contrário. Interesso-me por eles, pelas suas opiniões, pelas suas histórias e a disciplina que lecciono também exige a discussão de certos assuntos e por isso fico a conhecer os alunos. Gosto deles, tenho saudades de alguns, e outros esqueço muito rapidamente. Apesar de evitar meter-me nos assuntos deles, pois como já disse no post anterior essa situação foi uma excepção, no ano passado conheci uma aluna no mínimo especial. Vamos chamar-lhe M. Conhecia num projecto escolar que depois acabei por abandonar mas continuamos a falar. Surpreendeu-me a sua maturidade, a sua facilidade para falar sobre todos os assuntos, culta, leitora ávida que se interessa por tudo e mais alguma coisa. Era e é muito fácil conversar com ela pois parece que temos sempre muita coisa para dizer um ao outro. É divertida, e diverte-me a maneira como mistura a sua personalidade e cultura muitas vezes superior à dos colegas, com a sua parte mais adolescente.
É bom darmos graças a alguém (porque eu não sou lá muito religioso), de ainda existirem alunos destes!
É bom darmos graças a alguém (porque eu não sou lá muito religioso), de ainda existirem alunos destes!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Problemas de hoje (2)
Depois da conversa com o meu colega resolvi ir falar com o P. Hoje ia ter aulas com ele à tarde e como Director de Turma achei melhor falar com ele antes de fazer mais alguma coisa. Aliás, eu tenho para mim que, estando no 11º ano, já há coisas que os alunos podem responder e resolver por si próprios sem precisar dos pais. Acresce a isto o facto do P. sempre ter sido um aluno sossegado como eu já disse, e antes de fazer alguma coisa eu queria ouvir primeiro a versão dele.
Antes disso encontrei uma professora que também dá aulas à minha turma e mencionei o que se passou e ela diz-me:
- Ah mas tu não sabes? O P. anda com problemas em casa. Parece que a mãe enganava o pai e o pai descobriu e houve uma grande confusão. Pelo menos era disso que eles estavam a falar na terça feira.
Não eu não sabia. E comecei a ver os contornos da situação. Lembrava-me vagamente da mãe do P. e lembro-me dele falar no pai como alguém um pouco autoritário.
Á tarde, comecei a dar a aula e reparei que o P. se distanciou um bocado dos colegas, quando normalmente eles entravam todos juntos. Não fiz comentários e esperei até a meio da aula (normalmente, dou sempre 5 minutos de descanso a meio da aula) e disse:
- P., por favor, preciso que chegues ali fora comigo. Tenho que te dar uma palavrinha.
Ele levantou-se sem dizer nada, nem olhar para os colegas, e reparei que alguns colegas, entre os quais o A. riram-se furtivamente. Fiquei irritado mas não disse nada.
Saímos os dois e eu disse:
- Já sei o que se passou ontem na aula do professor G.
Ele não disse nada. Eu continuei
- Já ouvi a versão do professor. E agora quero ouvir a tua.
Ele continuou mudo e calado.
- P. se não me disseres o que se passou eu vou ser obrigado a chamar a tua mãe e então vais ter que contar o que se passou à frente dela.
Finalmente o rapaz vira-se e diz
- Então ainda não telefonou à minha mãe?
- Não. Quero ouvir a tua versão primeiro. Já estás numa idade em que podes explicar as coisas por ti próprio.
- O A. estava sentado ao pé de mim. Eu e ele nunca nos demos muito bem e deve ter sido por isso que o stor G. nos pôs juntos na mesma mesa para não falarmos. E então ele começou a provocar-me e eu passei-me.
- Provocou-te? Como?
O rapaz hesitou e naquele momento tive pena dele.
- Ele chamou nomes à minha mãe...e ao meu pai.
Acenei e não disse mais nada.
- Ok. Está bem. Entra lá.
- O stor vai chamar a minha mãe?
- Não. Por agora não. Mas tenta controlar-te. Ás vezes as pessoas dizem coisas que não devem dizer. E nós sabemos que essas coisas são estúpidas e não são verdade. Mas não podemos partir para a violência. Isso não resolve nada. Além disso, os teus amigos, amigos verdadeiros nunca te diriam uma coisa dessas.
- Pois mas pensaram.
- Pensam agora. Quando vocês forem adultos vocês vão perceber que as coisas não são assim tão preto e branco. E outra coisas que tens de perceber é que numa sala de aula não podes ter aquelas atitudes. Se estavas incomodado com o teu colega pedias ao professor para te mudar de lugar.
Ele não me respondeu e entrou de novo para a sala. Eu fiquei cá fora, a sentir-me ainda mais irritado. Não podia evitar dar-lhes um sermão. O professor é também um educador mas também tenho alguma relutância em falar destas coisas aos alunos.
Entrei dentro da sala e com voz forte disse:
- Sentem-se todos quero falar com vocês. - Como sempre demoraram horas para se sentar. Eu esperei pacientemente, mas contudo sentia-me cada vez mais enervado.
Sentaram-se e eu comecei
- O que se passou ontem na aula do Professor G. foi uma vergonha. Mas mais vergonhoso ainda foi o que levou ao que aconteceu. Vocês que aqui estão tem 16, 17 anos. Já tem idade para perceber certas coisas. Já tem idade para pensar e calar. Já tem idade para ter bom-senso e sensibilidade o suficiente para agirem de maneira diferente. E infelizmente não tem. Eu vejo-vos ás vezes, a olhar para vocês próprios e a pensar que são adultos. Mas o que aconteceu mostra-me que não são. Para o serem tem que dar provas disso mesmo. Ontem alguns de vocês portaram-se como se tivessem 8 anos. E eu aviso-vos já e é a última vez que vou falar sobre isto: se este tipo de cenas se repete, especialmente se se repetir dentro de uma sala de aula, sim porque as salas de aula não são lugares para resolver querelas pessoais, eu chamo cá os vossos pais e certifico-me de que vos é instaurado um processo disciplinar. E isto vale para todos. - Frisei fixado os meus olhos no A. que já não tinha vontade de se rir.
Ninguém disse nada e eu continuei a minha aula.
Sinceramente, não sei se procedi da melhor maneira. Raramente me meto nos assuntos pessoais dos alunos. Normalmente até evito. E irrita-me quando eles trazem esses problemas para a sala de aula. Mas, por motivos pessoais, estas "cenas" são precisamente o tipo de coisa que me incomoda. Vamos lá ver se esta história não tem mais episódios. Espero sinceramente que não.
(Os diálogos estão ligeiramente modificados pois a minha memória não me permite lembrar de todos os pormenores. Mas está o mais fiel possível ao que aconteceu)
Antes disso encontrei uma professora que também dá aulas à minha turma e mencionei o que se passou e ela diz-me:
- Ah mas tu não sabes? O P. anda com problemas em casa. Parece que a mãe enganava o pai e o pai descobriu e houve uma grande confusão. Pelo menos era disso que eles estavam a falar na terça feira.
Não eu não sabia. E comecei a ver os contornos da situação. Lembrava-me vagamente da mãe do P. e lembro-me dele falar no pai como alguém um pouco autoritário.
Á tarde, comecei a dar a aula e reparei que o P. se distanciou um bocado dos colegas, quando normalmente eles entravam todos juntos. Não fiz comentários e esperei até a meio da aula (normalmente, dou sempre 5 minutos de descanso a meio da aula) e disse:
- P., por favor, preciso que chegues ali fora comigo. Tenho que te dar uma palavrinha.
Ele levantou-se sem dizer nada, nem olhar para os colegas, e reparei que alguns colegas, entre os quais o A. riram-se furtivamente. Fiquei irritado mas não disse nada.
Saímos os dois e eu disse:
- Já sei o que se passou ontem na aula do professor G.
Ele não disse nada. Eu continuei
- Já ouvi a versão do professor. E agora quero ouvir a tua.
Ele continuou mudo e calado.
- P. se não me disseres o que se passou eu vou ser obrigado a chamar a tua mãe e então vais ter que contar o que se passou à frente dela.
Finalmente o rapaz vira-se e diz
- Então ainda não telefonou à minha mãe?
- Não. Quero ouvir a tua versão primeiro. Já estás numa idade em que podes explicar as coisas por ti próprio.
- O A. estava sentado ao pé de mim. Eu e ele nunca nos demos muito bem e deve ter sido por isso que o stor G. nos pôs juntos na mesma mesa para não falarmos. E então ele começou a provocar-me e eu passei-me.
- Provocou-te? Como?
O rapaz hesitou e naquele momento tive pena dele.
- Ele chamou nomes à minha mãe...e ao meu pai.
Acenei e não disse mais nada.
- Ok. Está bem. Entra lá.
- O stor vai chamar a minha mãe?
- Não. Por agora não. Mas tenta controlar-te. Ás vezes as pessoas dizem coisas que não devem dizer. E nós sabemos que essas coisas são estúpidas e não são verdade. Mas não podemos partir para a violência. Isso não resolve nada. Além disso, os teus amigos, amigos verdadeiros nunca te diriam uma coisa dessas.
- Pois mas pensaram.
- Pensam agora. Quando vocês forem adultos vocês vão perceber que as coisas não são assim tão preto e branco. E outra coisas que tens de perceber é que numa sala de aula não podes ter aquelas atitudes. Se estavas incomodado com o teu colega pedias ao professor para te mudar de lugar.
Ele não me respondeu e entrou de novo para a sala. Eu fiquei cá fora, a sentir-me ainda mais irritado. Não podia evitar dar-lhes um sermão. O professor é também um educador mas também tenho alguma relutância em falar destas coisas aos alunos.
Entrei dentro da sala e com voz forte disse:
- Sentem-se todos quero falar com vocês. - Como sempre demoraram horas para se sentar. Eu esperei pacientemente, mas contudo sentia-me cada vez mais enervado.
Sentaram-se e eu comecei
- O que se passou ontem na aula do Professor G. foi uma vergonha. Mas mais vergonhoso ainda foi o que levou ao que aconteceu. Vocês que aqui estão tem 16, 17 anos. Já tem idade para perceber certas coisas. Já tem idade para pensar e calar. Já tem idade para ter bom-senso e sensibilidade o suficiente para agirem de maneira diferente. E infelizmente não tem. Eu vejo-vos ás vezes, a olhar para vocês próprios e a pensar que são adultos. Mas o que aconteceu mostra-me que não são. Para o serem tem que dar provas disso mesmo. Ontem alguns de vocês portaram-se como se tivessem 8 anos. E eu aviso-vos já e é a última vez que vou falar sobre isto: se este tipo de cenas se repete, especialmente se se repetir dentro de uma sala de aula, sim porque as salas de aula não são lugares para resolver querelas pessoais, eu chamo cá os vossos pais e certifico-me de que vos é instaurado um processo disciplinar. E isto vale para todos. - Frisei fixado os meus olhos no A. que já não tinha vontade de se rir.
Ninguém disse nada e eu continuei a minha aula.
Sinceramente, não sei se procedi da melhor maneira. Raramente me meto nos assuntos pessoais dos alunos. Normalmente até evito. E irrita-me quando eles trazem esses problemas para a sala de aula. Mas, por motivos pessoais, estas "cenas" são precisamente o tipo de coisa que me incomoda. Vamos lá ver se esta história não tem mais episódios. Espero sinceramente que não.
(Os diálogos estão ligeiramente modificados pois a minha memória não me permite lembrar de todos os pormenores. Mas está o mais fiel possível ao que aconteceu)
Problemas de hoje (1)
Hoje:
Chego à sala dos professores, 7:50. Estava praticamente deserta. Normalmente chego sempre às 7:55 pois a minha casa fica relativamente perto da escola.
O meu colega, G. senta-se à minha frente nos sofás (é toda pimpolha a sala dos profs da minha escola. É a única coisa que é pimpolha...)
- Amanhã já é fim de semana! Finalmente.
Não respondo. Tiro um livro da minha mala e começo a ler. Depois diz-me
- Olha é da tua Direcção de turma o P.?
Levantei os olhos do livro
- Sim...
- Tive um problema com ele na minha aula.
- Com o P.? Tens a certeza?
Ele responde-me que sim.
- Estávamos a fazer uma ficha quando de repente ele se levanta do nada para o colega de carteira e começa a insulta-lo e a bater-lhe
Foi aqui que posei o livro
- Explica-me lá isso como deve ser
- Epá basicamente estávamos a fazer uma ficha estás a ver tudo quieto mas a falar baixinho uns com os outros e eu tinha feito uma planta da turma de modo a que eles não falassem. Pareceu-me que o A. o colega de carteira do P., estás a ver quem é? Estava a falar com ele em surdina. E de repente do nada o P. levantou-se, a cadeira caiu no chão e ele atirou-se ao A. a chamar-lhe filho da puta e a bater-lhe. Eu fui logo ter com eles e eu e consegui separá-los. Depois perguntei o que se estava a passar, mas eles continuaram a insultar-se um ao outro e eu mandei os dois para a rua. E depois disse que se houvesse mais problemas iam os dois direitos ao C. Executivo.
Fiquei estupefacto. É o primeiro ano em que esta turma é a minha Direcção de Turma mas o P. sempre me pareceu um rapaz sossegado, aplicado e bastante afável. Insultar e bater num colega não parece nada dele.
Chego à sala dos professores, 7:50. Estava praticamente deserta. Normalmente chego sempre às 7:55 pois a minha casa fica relativamente perto da escola.
O meu colega, G. senta-se à minha frente nos sofás (é toda pimpolha a sala dos profs da minha escola. É a única coisa que é pimpolha...)
- Amanhã já é fim de semana! Finalmente.
Não respondo. Tiro um livro da minha mala e começo a ler. Depois diz-me
- Olha é da tua Direcção de turma o P.?
Levantei os olhos do livro
- Sim...
- Tive um problema com ele na minha aula.
- Com o P.? Tens a certeza?
Ele responde-me que sim.
- Estávamos a fazer uma ficha quando de repente ele se levanta do nada para o colega de carteira e começa a insulta-lo e a bater-lhe
Foi aqui que posei o livro
- Explica-me lá isso como deve ser
- Epá basicamente estávamos a fazer uma ficha estás a ver tudo quieto mas a falar baixinho uns com os outros e eu tinha feito uma planta da turma de modo a que eles não falassem. Pareceu-me que o A. o colega de carteira do P., estás a ver quem é? Estava a falar com ele em surdina. E de repente do nada o P. levantou-se, a cadeira caiu no chão e ele atirou-se ao A. a chamar-lhe filho da puta e a bater-lhe. Eu fui logo ter com eles e eu e consegui separá-los. Depois perguntei o que se estava a passar, mas eles continuaram a insultar-se um ao outro e eu mandei os dois para a rua. E depois disse que se houvesse mais problemas iam os dois direitos ao C. Executivo.
Fiquei estupefacto. É o primeiro ano em que esta turma é a minha Direcção de Turma mas o P. sempre me pareceu um rapaz sossegado, aplicado e bastante afável. Insultar e bater num colega não parece nada dele.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
The Hell itself
Estes últimos dias têm sido um Inferno! Ando com dores de cabeça há mais de uma semana que começam de manhã e acabam à noite. E obviamente pioram durante as aulas. Já fui ao médico que me mandou descansar e senão melhorasse então teria que lá voltar para fazer exames. Quando o médico me diz: "procure descansar" eu virei-me para ele e disse: Senhor Doutor, eu sou professor.
Não sei se é stress, se é um esgotamento, ou se é alguma coisa mais grave. Mas não parece que esta última opção seja plausível pois as dores melhoram quando tomo uns comprimidos e à tarde praticamente não se fazem sentir, ou seja quando já estou em casa sinto apenas a cabeça pesada mas não me doi. (sim era só o que me faltava arranjar uma doença no cérebro).
Ainda para mais, hoje tive que mandar dois alunos meus para a rua com falta disciplinar. Sei que se calhar exagerei um bocado no castigo que lhes dei mas a verdade é que eu estava cheio de dores de cabeça e eles pura e simplesmente não se calavam. É um 11º ano, ou seja miúdos na flor da adolescência, com as hormonas a saltar, sempre com os telémoveis a mandar mensagens, a falar, e ainda por cima estão nas duas cadeiras da frente. O que quer dizer que estou a tentar dar a aula e ainda estou a ouvir as conversas deles! Curiosamente nunca tinha acontecido na minha disciplina. Já sabia, por outros colegas, que aqueles dois nas outras disciplinas eram uma dupla terrível, mas na minha aula sempre se portaram bem. Até hoje claro.
Nota: Agora, muitos, mas muitos anos depois da minha adolescência é que começo a ter consciência que os rapazes desta idade são mesmo uns parvinhos.
Não sei se é stress, se é um esgotamento, ou se é alguma coisa mais grave. Mas não parece que esta última opção seja plausível pois as dores melhoram quando tomo uns comprimidos e à tarde praticamente não se fazem sentir, ou seja quando já estou em casa sinto apenas a cabeça pesada mas não me doi. (sim era só o que me faltava arranjar uma doença no cérebro).
Ainda para mais, hoje tive que mandar dois alunos meus para a rua com falta disciplinar. Sei que se calhar exagerei um bocado no castigo que lhes dei mas a verdade é que eu estava cheio de dores de cabeça e eles pura e simplesmente não se calavam. É um 11º ano, ou seja miúdos na flor da adolescência, com as hormonas a saltar, sempre com os telémoveis a mandar mensagens, a falar, e ainda por cima estão nas duas cadeiras da frente. O que quer dizer que estou a tentar dar a aula e ainda estou a ouvir as conversas deles! Curiosamente nunca tinha acontecido na minha disciplina. Já sabia, por outros colegas, que aqueles dois nas outras disciplinas eram uma dupla terrível, mas na minha aula sempre se portaram bem. Até hoje claro.
Nota: Agora, muitos, mas muitos anos depois da minha adolescência é que começo a ter consciência que os rapazes desta idade são mesmo uns parvinhos.
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