Durante toda a minha vida de professor nunca tive o hábito de me apegar muito aos alunos. Quer dizer, não sou o típico professor mauzão muito pelo contrário. Interesso-me por eles, pelas suas opiniões, pelas suas histórias e a disciplina que lecciono também exige a discussão de certos assuntos e por isso fico a conhecer os alunos. Gosto deles, tenho saudades de alguns, e outros esqueço muito rapidamente. Apesar de evitar meter-me nos assuntos deles, pois como já disse no post anterior essa situação foi uma excepção, no ano passado conheci uma aluna no mínimo especial. Vamos chamar-lhe M. Conhecia num projecto escolar que depois acabei por abandonar mas continuamos a falar. Surpreendeu-me a sua maturidade, a sua facilidade para falar sobre todos os assuntos, culta, leitora ávida que se interessa por tudo e mais alguma coisa. Era e é muito fácil conversar com ela pois parece que temos sempre muita coisa para dizer um ao outro. É divertida, e diverte-me a maneira como mistura a sua personalidade e cultura muitas vezes superior à dos colegas, com a sua parte mais adolescente.
É bom darmos graças a alguém (porque eu não sou lá muito religioso), de ainda existirem alunos destes!
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1 comentário:
E relativamente à barreira aluno/professor? como deve ser ela? Espessa como uma folha de papel ou fina como uma parede de betão? Sou aluno do 11º ano de Socioeconómicas e apercebo-me da enorme dificuldade que alguns professores têm em establecer esta barreira, poruqe numa turma há os alunos que gostam de ter uma boa relação com o professor e outros que nem os podem ver à frente.
Sinceramente penso que o professor deve interessar-se pelo aluno de uma forma a perceber a razão dos seus actos, as suas opiniões, porque o que precisamos e o que eu, pelo menos, gosto, como aluno, é de professores que me despertem o espírito critíco, que falem comigo de assuntos actuais. E uma coisa que podia ser feita numa aula de filosofia, não o é, uma vez que o meu professor... digamos que gosta muito de futebol.
E não dando valor a políticas nem a políticas penso que o ensino secundário DEVE ser um ciclo onde os alunos aprendam a pensar, a ser seres humanos.
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